Não entre no blog nem o leia esperando lições de teologia vindas de um teólogo. Não sou teólogo. Estou mais para um maltrapilho, daqueles amados por Aba (se bem que acho que Deus ama todos os maltrapilhos, de alguma forma), cuja insistência por encontrar Deus nas diversidades da vida não se cansa e não se contunde.



Este blog é um lugar pessoal, um lugar exclusivo; não escrevo para nenhum terceiro. Escrevo para Aba e para mim. Minha contradição, minha loucura, por enquanto, que fiquem comigo; e enquanto Aba tiver prazer neste louco maltrapilho, assim quero permanecer.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Escandalize-se (se quiser!)


Mas a respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe;
nem os anjos, nem o Filho, senão o Pai. (Mc 13.33)



Quero compartilhar algumas coisas que tenho lido, escrito e pensado. São coisas a respeito de nosso cristianismo ou daquilo que pensamos ser cristianismo, ou ainda, de nossa vida. Não quero lhe dizer o que é cristianismo, de fato, mas sobre o que é ser cristão; ou o que não é ser cristão.
As igrejas que pregam Jesus aqui na América, atualmente, apresentam um cristianismo muito misturado com a cultura de nossa época. Um padrão de vida muito aceitável pelo mundo ocidental. E Jesus nos disse que seríamos bem-aventurados se perseguidos [ou não aceitos] por causa da justiça ou quando injuriados por Sua causa. (Mt 5.10-11 – paráfrase do autor)
Pessoas que vão até as igrejas e ouvem pregações, estranhamente voltam e continuam as mesmas. Professam crer em Jesus, mas estão pouco interessadas em experimentar de uma mudança de vida, de atitudes. Dizer “eu me converti” e não mudar não é conversão. Se você pensa que apenas crer em Jesus lhe torna um cristão, você se engana. Crente até os demônios são (Tg 2.19).
Vi uma pregação do Paul Washer em que ele apresenta um exemplo totalmente verdadeiro sobre como deveria ser a nossa conversão. Ele disse que é impossível alguém ter um encontro ou ser encontrado por um caminhão de carga de 30 toneladas e ficar intacto, nenhum arranhão, nenhuma mudança física ou outra coisa do tipo. E Deus é muito maior que um caminhão de carga.
As pessoas vão às igrejas, aos cultos, mas não mudam de vida, e não experimentam de um relacionamento pessoal com Cristo. Jesus é a Verdade (Jo 14.6) e a Verdade liberta (Jo 8.32). Como diz John White, se a verdade não o libertar do pecado, só há uma conclusão: você não conhece a Verdade, está apenas repetindo falas, como um papagaio.
Cristianismo não é repetir falas, mas é o próprio Jesus vivendo em nós. Sua vida em nós nos traz liberdade, nos faz transbordar em amor e compaixão. Onde estão essas coisas hoje? Onde está o Espírito Santo fluindo em nós como um rio de águas vivas para os sedentos (Jo 4.11 - Jesus é a Água Viva e nós O temos) e para o mundo que aguarda a manifestação dessa vida ardentemente (Rm 8.19)?
O Evangelho não é brincadeira, irmão. O Cristianismo é coisa séria – seríssima.
Nós não somos feitos cristãos por causa do lugar em que nascemos. Se o país ou a casa em que nascemos é um país cristão ou uma casa cristã, ainda assim não somos cristãos. Nós nascemos no lugar que nascemos e estamos no lugar que estamos para buscarmos a Deus e talvez, tateando, pudéssemos achá-lO (At 17.26-27). Não nascemos cristãos. Precisamos encontrá-lO ou sermos achados por Ele para isso.
Cristianismo, que é a verdadeira religião pura e imaculada para com Deus, não é tradição familiar. Portanto, pensar que porque seus pais são cristãos, você também o é, é um engano.
O fato de seus pais serem cristãos não torna você um cristão. A responsabilidade é totalmente pessoal (Ez 18.20). “Que tendes vós, vós que, acerca da terra de Israel, proferis este provérbio, dizendo: Os pais comeram uvas verdes, e os dentes dos filhos é que se embotaram?” (Ez 18.2)
Assim como o filho não leva a iniqüidade do pai, as atitudes do pai, não salvam o filho. Ao Cordeiro pertence a salvação e não aos homens (Ap 7.10).
O fato de você chamar a Jesus de Senhor e por inúmeras vezes sussurrar “Pai Amado” ou “Deus Eterno” não faz de você um cristão. Assim como fazer obras em nome de Deus também não o faz um cristão. No inferno haverá muitas pessoas cheias de boas intenções (Mt 5.22-23). Obras não salvam. A única obra que salva é aquela feita pelo Filho de Deus, a obra da cruz.
Com certeza Jesus em nós, Sua vida brotando, fluindo de nós é manifesta em boas obras. O perfume de Jesus não é sentido, mas visto. A vida de Jesus não é para ser falada, é para ser vivida. E nós só produzimos frutos se ligados a Jesus (Jo 15.4). Mas nós somos salvos unicamente por causa do sangue do Cordeiro, que traz o perdão de Deus para aqueles que são achados por Ele.
Imagino Deus olhando para a Sua Criação manchada pelo pecado e condenada a morte eterna até que o Seu Filho vem ao mundo. Deus decide resolver o problema da humanidade, decide fazer a Sua parte e a que era cabida ao homem. Agora, por causa do sangue, Ele não nos vê mais manchados ou sujos por causa do pecado, mas alvos do que a neve e puros. Ele olha para nós e vê o sangue do Seu Filho.
São muitos os que optam pelo caminho espaço e a porta larga. Muitos dentro das igrejas, chamando a si próprios de cristãos estão andando no caminho espaçoso que conduz a porta larga e nem mesmo se dão conta disso. Mal sabemos que atrás dessa porta está a morta eterna, a perdição.
Irmãos, devemos vigiar e orar, pois não sabemos quando virá o Dia do Senhor. Muitas pessoas dizem e fazem predições com respeito a esse dia. Não acredite irmãos. O Deus Eterno não iria contra a Sua própria Palavra. A respeito daquele dia ou da hora ninguém sabe; nem os anjos, nem o Filho, senão o Pai (Mc 13.33). Volto a dizer, devemos vigiar e orar.

Jesus associou o verbo vigiar com o verbo orar: “Vigiai e orai, para que não entrei em tentação; o espírito, na verdade, está pronto, mas a carne é fraca” (Mt 26.41) São duas atividades que se misturam e se completam. Não basta orar: é preciso vigiar cuidadosamente. Não basta vigiar: é preciso orar para alcançar sabedoria e poder para vencer tentações e provações. [...] Vigiar sem orar seria muito cansativo e poderia redundar em perniciosa arrogância. Orar sem vigiar seria uma temeridade.
(Elben Lenz César)

E não só vigiar e orar, irmãos, mas creio que precisamos nos examinar constantemente para vermos se realmente estamos na fé (2 Co 13.3), para ver se não nos desviamos do caminho do Senhor e caímos em nosso próprio entendimento, em nosso próprio engano. Devemos viver por fé e fazer tudo por fé, pois tudo o que não provém de fé é pecado (Rm 14.23). O Cristianismo é vivido por fé. Uma vida com Deus é vivida por fé. Vivamos uma vida diferente, por fé, irmãos!