Não entre no blog nem o leia esperando lições de teologia vindas de um teólogo. Não sou teólogo. Estou mais para um maltrapilho, daqueles amados por Aba (se bem que acho que Deus ama todos os maltrapilhos, de alguma forma), cuja insistência por encontrar Deus nas diversidades da vida não se cansa e não se contunde.



Este blog é um lugar pessoal, um lugar exclusivo; não escrevo para nenhum terceiro. Escrevo para Aba e para mim. Minha contradição, minha loucura, por enquanto, que fiquem comigo; e enquanto Aba tiver prazer neste louco maltrapilho, assim quero permanecer.

sexta-feira, 30 de outubro de 2009

Nós O buscamos por causa...

Permaneço crendo que existe um movimento na vida do cristão que sempre o leva para Deus, o faz buscar ao Senhor, mas tenho entendido, buscado e aprendido que o fato do homem buscar o Senhor é graça pura.
Percebo uma carência no meio da Igreja, hoje: ela carece de pessoas que não se contentem apenas com o novilho sacrificado ou imolado sobre o altar. São pessoas que não arredam de diante do altar enquanto o fogo não descer. Elas precisam de mais do que apenas ritos religiosos, atos exteriorizados da religião, atos complicados, apenas precisam do fogo, que representa a Presença de Deus.
São pessoas cujo desejo do coração é “rogo-Te que me mostres a Tua Glória” (Ex 33.18). “Uma coisa peço ao Senhor, e a buscarei: que eu possa morar na Casa do Senhor todos os dias da minha vida, para contemplar a beleza do Senhor e meditar no Seu templo” (Sl 27.4).
É saber que o altar não foi apenas algo religioso, mas que o Senhor apareceu. Se for feito por causa Dele, então Ele precisa aparecer. Como podemos nos contentar em fazer algo para Ele sem Sua Presença? Não consigo aceitar isso. Se vamos ao culto para encontrá-lO, então precisamos de fato encontrá-lO. Se quisermos encontrá-lO, então precisamos, primeiramente, buscá-lO. Mas tudo isso é graça de Abba.
O buscamos por causa de Sua graça. Nós vamos até Ele apenas porque Ele nos leva até Ele mesmo.

Ninguém pode vir a Mim se o Pai, que Me enviou, não o trouxer.
(Jo 6.44)

Irmão, não há esforço humano. Nós O buscamos porque Ele nos conquistou; procuramos conhecê-lO porque Ele nos conquistou; e prosseguimos porque Ele nos conquistou. Sua soberana vocação é para que conheçamo-lO.

... Mas prossigo para conquistar aquilo para o que também fui conquistado por Cristo Jesus. Irmãos, quanto a mim, não julgo havê-lO alcançado; mas uma coisa faço: esquecendo-me das coisas que para trás ficam e avançando para as que diante de mim estão, prossigo para o alvo, para o prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus. (Fp 3.12-14)

Achegamos-nos a Ele porque simplesmente Ele nos atraiu com Sua benignidade e eterno amor (Jr 31.3). O que pode fazer o homem para Deus? Como pode se achegar ao Senhor se não for por Ele mesmo, pelo Filho, pelo sangue do Cordeiro? Irmão, pare de tentar agradar a Deus com atitudes, com práticas religiosas. Entenda que é somente pela graça. Somente Cristo em nós - esperança da glória – pode agradar ao Pai.
Não tem como ser conquistado por Cristo, se voltar para Ele sem querer conhecê-lO. Como diz Brennan Manning, “somos feitos para Cristo e nunca estaremos satisfeitos com menos do que isso”. Porque quando se trata de conhecê-lO, irmão, se trata da Pessoa de Cristo. Não sou movido a conhecê-lO. “Pois basta a intenção de dirigir-se a Deus, sem qualquer outro motivo além da Pessoa Dele” (The Cloud of Unknowing).

Concede, Senhor, que eu bem saiba se é mais importante invocar-Te e louvar-Te, ou se devo antes conhecer-Te, para depois Te invocar. Mas alguém Te invocará antes de Te conhecer? Porque, Te ignorando, facilmente estará em perigo de invocar outrem. Porque, porventura, deves antes Ser invocado para depois Ser conhecido? Mas invocarão Aquele em que não crêem? Ou como haverão de crer que alguém lhos pregue? Com certeza, louvarão ao Senhor os que O buscam, porque os que O buscam O encontram e os que O encontram hão de louvá-lO. (Confissões de Santo Agostinho)

A coisa mais sublime que há nessa terra é conhecer a Cristo. Não há nada comparável a isto. E isto é o que meu coração deseja. Quero descobrir ao Senhor em tudo. Quero que Ele seja o meu Tudo e quero dar a Ele tudo para que Ele seja o meu Tudo. Se tenho a Cristo, o que mais preciso?

Mas o que, para mim, era lucro, isto considerei perda por causa de Cristo. Sim, deveras considero tudo como perda, por causa da sublimidade do conhecimento de Cristo Jesus, meu Senhor; por amor do qual perdi todas as coisas e as considero como refugo, para ganhar a Cristo. (Fp 3.7-8)

Creio, há somente a Cristo, e Ele é tudo! Preciso conhecê-lO. E como conhecê-lO? Não sei, mas sei que preciso das pessoas. Algo em mim, muito forte, me diz que Cristo está nelas.