Não entre no blog nem o leia esperando lições de teologia vindas de um teólogo. Não sou teólogo. Estou mais para um maltrapilho, daqueles amados por Aba (se bem que acho que Deus ama todos os maltrapilhos, de alguma forma), cuja insistência por encontrar Deus nas diversidades da vida não se cansa e não se contunde.



Este blog é um lugar pessoal, um lugar exclusivo; não escrevo para nenhum terceiro. Escrevo para Aba e para mim. Minha contradição, minha loucura, por enquanto, que fiquem comigo; e enquanto Aba tiver prazer neste louco maltrapilho, assim quero permanecer.

segunda-feira, 12 de abril de 2010

A Igreja é o Corpo de Cristo

Ele é a Cabeça do Corpo, da Igreja. (Cl 1.18a)

A Igreja é Ecclesia, é formada de crentes e nasceu mediante promessa, mas ela também é Corpo de Cristo. Paulo, apóstolo de Cristo, escreveu cartas as Igrejas de sua época, seus filhos na fé, e ele por vários momentos diz que a Igreja – se referindo aos crentes em Cristo – é Corpo de Cristo, sendo Cristo a Cabeça.
Um Corpo é formado por membros e órgãos com funções específicas. Quando olhamos para a Igreja de ideal ou até mesmo para a atual, não tem como não perceber a existência de diferentes membros. São pessoas, ministérios, colunas que sustentam a missão da Igreja ou do Corpo na terra.
É importante descobrirmos e exercermos nossa função, expressando o nosso dom e agindo no ministério para que fomos chamados. É mais do que ser alguém importante (não ser um inútil no meio do Corpo ou da obra de Cristo), mas é lutar e cooperar para que o Corpo viva, permaneça e esteja nas condições que o Senhor deseja.
Cada pessoa tem um dom. Creio que Deus chama pessoas para terem diferentes funções dentro da congregação, dentro do Corpo. Como por exemplo o ministério pastoral (todos são pastores), cuidando de pessoas, ensinando, recebendo, discipulando. Pessoas intercedendo uma pelas outras. Ensinando a Palavra. Socorrendo. Amando.
E assim, conforme cada um vai exercendo o seu dom, o Corpo de Cristo chega à unidade, que é a condição que creio, o Senhor, deseja para nós, os crentes em Cristo Jesus. A Igreja do primeiro século sabia o que era isso. Cada um exercia o seu dom. Todos tinham tudo em comum. Amavam-se. Ajudavam-se. Compartilhavam das coisas de casa em casa. E Satanás, desde o início da história da Igreja, usa como arma principal para estragar tudo isso, a divisão.
Não é à toa que Cristo disse que faríamos coisas maiores do que as que Ele mesmo fez. Jesus fez muitas coisas na terra. Ele curou, libertou pessoas, expulsou demônios, trouxe vida, trouxe um sentido para a vida, perdão para os pecados e disse que faríamos coisas maiores. Ele não voltará para morrer novamente numa cruz.
Agora, o que Deus fará, Ele fará por intermédio de um Corpo, o Corpo de Cristo. Ele fará através da Igreja. De pessoas que, com seus dons e suas vidas, serão os pés e as mãos de Cristo na terra. Os membros do Corpo vivendo Jesus, na terra. Os cristãos sendo, de fato, Corpo de Cristo na terra. Isso é um grande mistério.
Como pessoas diferentes, pessoas de todos os tipos, de repente, vivendo em unidade como se fossem um só Corpo, expressão de Cristo na terra. Isso pode trazer os milagres de volta. Isso pode trazer restauração e esperança as pessoas perdidas, novamente. Isso trará Jesus de volta.
E a Igreja para ser Corpo precisa dos membros vivendo em comunhão. Apenas através da comunhão, a vida de Cristo pode fluir de um membro para o outro, como sangue. O Espírito Santo trará vida aos membros e as pessoas através da comunhão das pessoas do Corpo de Cristo.

E três são os que testificam na terra: o Espírito, a água e o sangue, e os três são unânimes num só propósito. (1 Jo 5.8)

São três os que testificam na terra a respeito de Cristo. São três as testemunhas e a Igreja é Corpo de Cristo por causa dessas três testemunhas. O Espírito de Deus, a Palavra e a comunhão ou o sangue de Cristo que corre no Corpo. E a Igreja precisa dessas três testemunhas.
O Espírito que vivifica e que nos dirige, nos guia, testifica ao nosso coração a respeito do caminho e da vontade do Pai. Ele está em nosso meio por causa da ascensão de Cristo. Ele é o Consolador, a Presença de Deus na terra e em nossos corações. Podemos perceber o Espírito nas pessoas e na Palavra.
A Palavra que nos guia, nos confirma a vontade do Pai (pois a Bíblia expressa muito a respeito do pensamento de Deus e Deus não muda). Tudo o que está fora ou contradiz a Palavra não pode ser aceito pela Igreja, é heresia. Ele, como água, é capaz de limpar nossa mente e visão de toda poluição mental de o mundo nos proporciona. E ela precisa do Espírito.
O sangue que é a vida de Cristo correndo pelas veias e artérias de Seu Corpo. Cada membro precisa ser tocado, precisa que esse sangue e essa vida cheguem até ele. Sem o sangue, o Corpo não é vivo. Precisa desse sangue que é a marca da comunhão entre os crentes e é levado para cada parte, cada canto do Corpo através do Espírito Santo.
Como disse, Satanás conspira contra o Corpo de Cristo na terra e sua arma principal se chama divisão. A Ceia é a marca do Corpo, para sempre nos voltarmos a Cristo e a unidade do Corpo de Cristo. Ela não é o momento para pedirmos perdão pelos nossos pecados; a Ceia não é um lava-rápido para os crentes que estão em pecados.
A Ceia é a expressão da união do Corpo, de sua unidade. Você não participa da Ceia quando está em divisão. Antes, precisa se reconciliar com seu irmão. Esse é o sentido da Ceia, a comunhão do Corpo de Cristo em memória do Seu sacrifício. Aliás, essa comunhão só é possível pelo Seu sacrifício.

E, tomando um pão, tendo dado graças, o partiu e lhes deu, dizendo: Isto é o Meu corpo oferecido por vós; fazei isto em memória de Mim. Semelhantemente, depois de cear, tomou o cálice, dizendo: Este é o cálice da nova aliança no Meu sangue derramado em favor de vós.
(Lc. 22.19-20)

[...] e, tendo dado graças, o partiu e disse: Isto é o Meu corpo, que dado por vós; fazei isto em memória de Mim. Por semelhante modo, depois de haver ceado, tomou também o cálice, dizendo: Este cálice é a nova aliança no Meu sangue; fazei isto, todas as vezes que o beberdes, em memória de Mim.
(1 Co 11.24-25)

Sempre que cearmos, devemos o fazer em memória do Senhor Jesus. O corpo de Cristo é dado por nós e representado no partir do pão quando compartilhamos desse Corpo na ceia. Partirmos o pão com o nosso irmão porque fazemos parte, todos juntos, desse mesmo Corpo.
De igual forma, o sangue de Cristo, o sangue da Nova Aliança, derramado por todos nós para remissão de pecados é compartilhado na ceia. No sangue está a vida e quando compartilhamos do vinho, é da vida de Cristo que compartilhamos. Por sermos do Corpo é que devemos todos compartilhar do Corpo e também da vida de Cristo que está em Seu Corpo.
O que Deus fará na terra, fará através de nós; e o Senhor orou para que nós fôssemos um como Ele e o Pai são um. Esse é o sonho de Jesus. Para finalizar, termino com uma frase do Ministério Todos Aos Seus Pés, que vi:

Nunca deixe ninguém jamais roubar seu sonho de ver a vida de Cristo manifestada diariamente “do menor até o maior” numa vida conjunta, ligada e visível entre crentes, porque, na verdade, é esse o sonho Dele (Cristo).

sexta-feira, 2 de abril de 2010

O amor furioso de Deus


Gosto muito de ler Brennan Manning e seus livros tem causado grande impacto em minha vida. No momento tenho lido um livro, intitulado “O anseio furioso de Deus” no qual ele nos leva a refletir sobre algumas coisas. Conforme eu refletir, pretendo escrever aqui no blog. Usarei um versículo diferente do que Brennan usa como inicial:

De longe se me deixou ver o Senhor, dizendo: Com amor eterno Eu te amei; por isso, com benignidade te atraí. (Jr 31.3)

Quando me deparei com a seguinte pergunta de Brennan Manning, “quando você lê a expressão ‘anseio furioso de Deus’, o que ela traz ao seu coração?”, a primeira coisa que me veio à mente foi este versículo de Jeremias, e logo em seguida me lembrei de um teatro conhecido do Lifehouse.
Para mim é muito forte quando leio Deus dizer ao Seu povo que com “amor eterno” os amou. Não sei se posso dizer que é um sentimento, ou uma atitude ou simplesmente o desejo de estar perto, mas sei que é eterno. O amor de Abba pelo Seu povo, o amor de Deus por mim e por você, querido, é eterno. Você consegue imaginar isso?
E esse amor é expresso em Cristo Jesus; é anunciado com toda intensidade possível, na cruz do Calvário em que Cristo foi crucificado. “Ninguém tem maior amor do que este: de dar alguém a própria vida em favor dos seus amigos. [...] Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz o seu senhor; mas tenho-vos chamado amigos, porque tudo quanto ouvi de meu Pai, vos tenho dado a conhecer” (Jo 15.13 e 15)
Quando me recordo ou assisto ao teatro do Lifehouse em que nos mostra o ser humano criado por Deus seduzido, envolvido e escravo do pecado, mas querendo voltar; e o Criador insistindo como se estivesse puxando com uma corda o ser humano que havia criado para Si, isso é o amor de Deus. Ele sempre insiste. Ele nunca desiste.
Pode ter certeza querido que o amor violento de Deus fará de tudo para movê-lo para perto de Si, mesmo que seja preciso você perder coisas, você sofrer um pouco ou ser quebrado para poder ouvir a Sua voz dizendo: NÃO POSSO FICAR LONGE DE VOCÊ. ESTOU TE MOVENDO PARA PERTO DE MIM.
Passei por algumas situações onde Deus me mostrou esse desejo de estar perto do ser humano que Ele criara. Podia ouvir Deus chamando e me movendo para perto de Sua Presença e o Seu amor, demonstrado em Cristo, era o que me movia em meio ao meu coração contrito e abatido, para perto de Si.
Durante toda história podemos ver Deus preparando o mundo para que Sua comunhão com o ser humano fosse restaurada. Seu plano, creio, aponta para Tabernáculos, quando finalmente estaremos na Presença do Noivo e nos casaremos com Ele e teremos uma comunhão eterna.
No filme, A Paixão de Cristo, de Mel Gibson, aparece Maria, mãe de Jesus, dizendo: “Quando, onde, como, decidirás ficar livre disto?” Cristo não decidiu ficar livre do sofrimento nem da morte, pois era necessário isso para que a comunhão da humanidade com Deus fosse restaura. Era necessária a cruz para religar o homem que estava sem Deus de volta ao seu Criador.
Quando nós descobrimos que o amor furioso ou o anseio furioso de Deus vai muito além das diferenças que o ser humano e o sistema impõem, a nossa vida como cristão será diferente. Deus é o Deus das viúvas, dos órfãos, dos pobres, das prostitutas, dos homoafetivos, dos viciados em drogas ou pornografia, dos ladrões e dos bêbados. Deus é o Deus de todos, pois Cristo não morreu pelos santos e Ele veio salvar os fariseus e religiosos. Cristo veio para os doentes, os pecadores que realmente necessitavam da graça. Esse é o amor de Deus.
Brennan Manning diz que ”o amor de Aba é furioso, não importando o estado em que a pessoa se encontre, pois o Seu amor jamais, jamais, jamais se baseia em nosso desempenho, jamais está condicionado ao nosso estado de espírito – se de entusiasmo ou depressão. O amor furioso de Deus não conhece nenhuma sombra de variação ou de mudança. É digno de confiança. E sempre terno.” Seu amor jamais muda.
Mais ou menos como diz uma canção de Bené Gomes, “que amor é esse que não mede o sacrifício para me salvar, para restaurar a minha vida por inteiro? Que amor é esse capaz de abrir de mão do bem mais precioso que um homem pode ter que é o seu próprio filho?” Que amor é esse de Deus? Que amor é esse, do qual nada pode nos separar?

Quem nos separará do amor de Cristo? Será tribulação, ou angústia, ou perseguição, ou fome, ou nudez, ou perigo, ou espada? [...] Porque eu estou bem certo de que nem a morte, nem a vida, nem os anjos, nem os principados, nem as coisas do presente, nem do porvir, nem os poderes, nem a altura, nem a profundidade, nem qualquer outra criatura poderá separar-nos do amor de Deus, que está em Cristo Jesus, nosso Senhor. (Rm 8.35 e 38-39)

Pois irmãos, que amor é esse? Esse é o amor furioso de Deus ou o Seu anseio furioso de ter comunhão com o homem que Ele criou. Deus não muda e esse anseio permanece até hoje.