Não entre no blog nem o leia esperando lições de teologia vindas de um teólogo. Não sou teólogo. Estou mais para um maltrapilho, daqueles amados por Aba (se bem que acho que Deus ama todos os maltrapilhos, de alguma forma), cuja insistência por encontrar Deus nas diversidades da vida não se cansa e não se contunde.



Este blog é um lugar pessoal, um lugar exclusivo; não escrevo para nenhum terceiro. Escrevo para Aba e para mim. Minha contradição, minha loucura, por enquanto, que fiquem comigo; e enquanto Aba tiver prazer neste louco maltrapilho, assim quero permanecer.

quinta-feira, 21 de janeiro de 2010

A Igreja é Ecclesia

Diariamente perseveravam unânimes no templo, partiam pão de casa em casa e tomavam as suas refeições com alegria e singeleza de coração, louvando a Deus e contando com a simpatia de todo o povo. Enquanto isso, acrescentava-lhes o Senhor, dia a dia, os que iam sendo salvos. (At 2.46-47)

Assim era a vida da Igreja primitiva. Eles iam ao templo, embora não permanecessem nessa ida por muito tempo, pois era o lugar onde os judeus se reuniam. O evangelho começou a crescer e muitos gentios começaram a vir para Cristo; logo os religiosos e os fariseus da época, não aceitariam essas pessoas no templo.
Mas a vida dos cristãos na época era fora do comum para as pessoas, e até para nós hoje. Pessoas de famílias diferentes, mas que se amavam e se apoiavam como se fossem de mesmo pai. Partiam o pão de casa em casa, sempre se reunindo por causa de Cristo, pelo Reino de Deus, louvando a Deus; e contando com a simpatia de todo o povo. Eles não eram odiados nem rotulados de crentes chatos. E Deus ia dando graça e acrescentando pessoas dia a dia, pessoas que iam sendo salvas, crentes no evangelho.
É como uma música do ministério Ruach em que diz que o amor surpreenderá Satanás. Nos últimos dias, o amor de muitos se esfriaria – de quase todos (Mt 24.12). Mas, creio que é justamente por isso que o amor surpreenderá Satanás. A iniqüidade vem crescendo, o que é mal para o homem e contra a santidade de Deus vem se tornando normal, com isso o amor vai se tornando raro. Não é à toa que o amor irá surpreender Satanás. Creio nisso!
A expressão ecclesia, em seu sentido espiritual, usado ao longo dos séculos, significa “chamados para fora”. Literalmente, os cristãos eram chamados para fora de qualquer rudimento religioso da época. Eles eram diferentes das pessoas da sociedade da época. Eles tinham amor uns pelos outros, vendiam tudo o que tinham e depositavam aos pés dos apóstolos, para servirem aos irmãos e aos necessitados.
Entregar tudo o que tinha era e é totalmente o contrário do que o homem vem aprendendo ao longo da história, em que ele deve sempre possuir, sempre ganhar e obter o máximo de coisas que puder (dinheiro e poder). Agora quando você nega essas coisas, você realmente não se encaixa no padrão da sociedade. Por isso, os cristãos eram chamados para fora, ou seja, para fora dos padrões deste mundo, para fora como pessoas diferentes.
Aliás, isso é uma marca do cristão. Por mais difícil que pareça ser, e muitas vezes é, mas uma das coisas que caracteriza o cristão é o fato de que ele é diferente. Nós precisamos ser diferentes, como Jesus O foi. Quem deixa de se vingar e antes, cede a outra face para ser ferida? Quem toma a postura de amar o próximo e o inimigo que o odeia tanto? Quem recusa os padrões do mundo que diz que para ser homem é preciso cobiçar, sair e ter relações com muitas mulheres?
Não fazer essas coisas é ser diferente. É ser cristão. Olhar para a vida de Cristo e depender de Seu Espírito, que deseja nos fazer semelhantes ao Filho, é ser cristão. É como o dito popular no meio dos cristãos: “nadar contra as correntezas do mundo”, ou seja, ir na direção oposta. Enquanto todos caminham para a normalidade e indiferença, nós rejeitamos isso diariamente, nós mortificamos a nossa carne, na dependência do Espírito Santo, e voltamos dia após dia para o Pai como filhos pródigos que insistimos em ser.
O termo ecclesia, no grego, tem o sentido de assembléia. Como se fosse uma reunião, com um propósito, uma decisão a ser tomada. Tentando aplicá-la a Igreja de Deus, ecclesia vem falar da congregação dos santos. Igreja não é um ajuntamento de pessoas, mas um organismo vivo, uma comunidade de pessoas que vivem em comunhão com Deus e uns com os outros.
A Igreja como Ecclesia, no sentindo de congregação, a comunhão do Corpo de Cristo, era presente em qualquer lugar da época apostólica. Quando os cristãos ficaram impedidos de se reunirem no templo, por causa dos gentios, as reuniões permaneceram. Eles não estavam ligados a um lugar físico, mas ao templo espiritual, ao Corpo de Cristo. O importante era estarem juntos.
O autor da epístola aos Hebreus nos insta: Consideremo-nos também uns aos outros, para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não deixemos de congregar-nos, como é costume de alguns; antes, façamos admoestações e tanto quanto vedes que o Dia se aproxima (Hb 10.24-25).
A congregação tem esse propósito, de nos reunirmos como Corpo para nos estimularmos ao amor e às boas obras. Não é um grupo de pessoas que se reuni para falar mal de outrem, julgar e fazer fofoca da vida de outrem, mas é quando o Corpo se reuni; é quando nos estimulamos uns aos outros ao amor, para cura e restauração e, assim, para saúde do próprio Corpo.
É um organismo vivo. Quando um membro está mal ou uma parte do corpo está ferida ou doente, todo o corpo sente, ainda que um leve incômodo. E então, o Corpo se uni para cura. Uma vez ouvi um homem dizer que há curas que o Espírito Santo só efetua através do Corpo e creio ser verdade.

Está alguém entre vós sofrendo? Faça oração. Está alguém alegre? Cante louvores. Está alguém entre vós doente? Chame os presbíteros da igreja, e estes façam oração sobre ele, ungindo-o com óleo, em nome do Senhor.
Confessai, pois, os vossos pecados uns aos outros e orai uns pelos outros, para serdes curados. Muito pode, por sua eficácia, a súplica do justo.
(Tg 5.13-14 e 16)

Paulo escreve em sua carta aos Efésios para não entristecermos o Espírito de Deus (Ef 4.30) e em sua primeira carta aos irmãos de Tessalônica para não apagarmos o Espírito (1 Ts 5.19). Onde o Espírito de Deus Se manifesta? Creio ser na comunhão. Como entristecemos ou apagamos o Espírito? Com a divisão, separação, facção ou qualquer quebra de comunhão do Corpo.
Por isso Jesus sempre fala do nosso tratar ou corresponder a outrem e Paulo também, sempre vem tratando de assuntos que dizem respeito a relacionamento. É nossa responsabilidade mantermos o Corpo de Cristo unido; mesmo que seja preciso perder para que isso aconteça.

Quanto ao mais, irmãos, adeus! Aperfeiçoai-vos, consolai-vos, sede do mesmo parecer, vivei em paz; e o Deus de amor e de paz estará convosco. (2 Co 13.11)

sábado, 9 de janeiro de 2010

Conhecer a Cristo

Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor; como a alva, a sua vinda é certa; e Ele descerá sobre nós como a chuva, como a chuva serôdia que rega a terra. (Os 6.3)

Jesus era filho de Davi. Ele era descendente de Abraão, Isaque e Jacó; descendente do Rei Davi; e por fim, nascido de Maria, uma virgem. Levi (Matheus) nos apresenta a genealogia de Jesus desde Abraão e em todo o seu Evangelho, nos mostra Jesus como Messias, Aquele que os judeus tanto aguardavam.
Assim como Levi, Pedro também percebe que Jesus era o Cristo. Enquanto muitos argumentavam sobre quem seria Jesus, o carpinteiro, Pedro, por meio de revelação, descobriu um pouco da identidade de seu Mestre: “Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.”
“Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não te foi carne e sangue que to revelaram, mas meu Pai que está nos céus”, responde Jesus. Pedro percebeu que Aquele a Quem ele seguia era o Messias, o Rei Ungido que todos esperavam; e também que era Ele o Filho de Deus (Mt 16.13-17).
Jesus é o Cristo, Ele é o Cordeiro de Deus, que tira o pecado do mundo (Jo 1.29) e digo mais, que é capaz de tirar o pecado de nossas vidas (aqueles pecados ocultos, que nós cultivamos e não conseguimos nos desvencilhar); Jesus é o Filho de Deus, dado pelo Pai, para que todo o que Nele crê não pereça, mas tenha a vida eterna (Jo 3.16).
E Ele é o Pão da Vida (Jo 6.35), o Pão que desce do céu e dá vida ao mundo (Jo 6.33), o Único que é suficiente para o homem; Jesus é a Fonte da Água Viva, a Quem podemos ir, nós que temos sede (Jo 7.37; 4. 13-14); Jesus, a Luz do mundo, que dá a luz da vida e ilumina todo aquele que O segue (Jo 8.12).
“Eu Sou o Bom Pastor, Aquele que dá a vida pelas ovelhas”, disse Jesus (Jo 10.11 e 14-15); “Eu Sou a Porta. Se alguém entrar por mim, será salvo; entrará, e sairá, e achará pastagem”, também disse Jesus (Jo 10.9).
Jesus Cristo é o Caminho que leva ao Pai, é a Verdade que nos liberta e Aquele que tem a própria vida (Jo 14.6; 8.32 e 5.26). Ele é a Videira, da Qual nós somos os ramos (Jo 15.1 e 5). Ele é a Pedra Angular (Ef 2.20), a Cabeça do Corpo e da Igreja (Ef 1.22 e 5.23; Cl 1.18), o Noivo (Mt 9.15 e Ap 21.9).
Cristo é a Imagem do Deus invisível, o Primogênito de toda a criação; pois Nele foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio Dele e para Ele. Ele é antes de todas as coisas. Nele tudo subsiste. (Cl 1.15-17)
Jesus de Nazaré, Aquele que fez muitos milagres, os quais nós podemos ler nos Evangelhos. Ele é Aquele que deu Sua própria vida por nós, em nosso favor (Jo 10.15-18 e 15.13). Ele é O que era, O que é e O que há de vir (Ap 1.4). Ele é Aquele que chorou (Jo 11.35); Ele é Aquele que morreu, crucificado pelos nossos pecados (Aquele que achou que valia a pena morrer por nós) e ao terceiro dia ressuscitou. Depois foi ascendido aos céus, para Se assentar no trono, a destra do Pai Deus. Jesus é Maravilhoso! Totalmente Amável! Totalmente Digno! Gracioso, misericordioso, cheio de compaixão e bondade. A razão de tudo se encontra na Pessoa de Cristo e ponto maior da história nós acharemos em Sua segunda vinda, a qual dá sentido para a primeira vinda.
O nosso Jesus é essas coisas que escrevi e muito mais. Não tenho intenção nenhuma de limitá-lO. Mas são apenas algumas coisas que sabemos a respeito de Jesus, o Cristo. Você deve saber muitas outras coisas mais a respeito Dele – aquelas que eu não escrevi.
Divino em muitos aspectos e humano em outros. Alguns puderam tocar, ver e ouvir a respeito (1 Jo 1.1-3) e é aí que quero chegar. Há uma diferença muito grande entre saber a respeito ou sobre alguém e conhecê-lo. Nós podemos muito saber o nome da pessoa, onde ela nasceu, quantos anos tem, a sua família de origem, onde estudou, hábitos, aparência, mas isso não quer dizer que eu conheço essa pessoa. Apenas sei sobre ela.
O desejo de Jesus é que nós O conheçamos. É nessa realidade que quero instá-lo a entrar, a orar pedindo ajuda ao Senhor. Não a realidade de ler as Escrituras e ouvir pregações, e assim saber a respeito de Cristo Jesus, mas a realidade de conhecê-lO, intimamente; tocá-lO, vê-lO e ouvi-lO!
O apóstolo João descobriu essa realidade. Ele deitou sua cabeça no peito de Jesus e pôde ouvir as batidas do coração do Filho. A intimidade com Jesus mudou sua vida e ele acabou por descobrir que ele era o discípulo amado por Jesus. A comunhão com Cristo revelou a ele sua identidade em Deus.
Conheçamos e prossigamos em conhecer ao Senhor é um chamado para uma intimidade diária com o Cristo, o Filho do Deus que vive.