Não entre no blog nem o leia esperando lições de teologia vindas de um teólogo. Não sou teólogo. Estou mais para um maltrapilho, daqueles amados por Aba (se bem que acho que Deus ama todos os maltrapilhos, de alguma forma), cuja insistência por encontrar Deus nas diversidades da vida não se cansa e não se contunde.



Este blog é um lugar pessoal, um lugar exclusivo; não escrevo para nenhum terceiro. Escrevo para Aba e para mim. Minha contradição, minha loucura, por enquanto, que fiquem comigo; e enquanto Aba tiver prazer neste louco maltrapilho, assim quero permanecer.

domingo, 3 de maio de 2009

Chamados a uma vida de piedade

Querido irmão, antes de tudo quero esclarecer o sentido com o qual utilizarei a expressão piedade. Quando me refiro à piedade, quero dizer o mesmo que Errol Hulse:

Piedade é uma constante cultura da vida interior de santidade diante de Deus e para Deus, que por sua vez se aplica em todas as outras esferas da vida e da prática. Piedade consiste de oração junto ao trono de Deus, estudo de Sua Palavra em Sua Presença e a manutenção de Deus em nossas almas, que afeta toda a nossa maneira de viver. (Errol Hulse. Op. Cit. 1986: pág. 65)

Quero apresentar alguns aspectos da vida de piedade. Primeiramente quero dizer que piedade tem a ver com uma vida diária diante de Deus, uma prática diária de se entregar ao Senhor em oração e leitura da Palavra. A verdadeira religião trata-se de uma vida de piedade, como Lutero afirmou: “A religião não é o ‘conhecimento doutrinário’, mas sim sabedoria nascida da experiência pessoal.”
Essa experiência pessoal não é aquela que vivemos apenas aos finais de semana, quando vamos aos cultos, as missas, a igreja; mas é uma experiência pessoal que é vivida ou obtida nos nossos momentos de intimidade com Abba, fruto das horas semanais em que passamos conversando com Aquele que sempre sonhou em ter comunhão com a humanidade.
Somos todos chamados a viver uma vida de piedade. Mas como vivemos essa vida? Como escrevi acima, é uma prática diária, é fruto de uma vida de experiência pessoal de comunhão com o Senhor. A cada dia de sua semana, você vive uma busca implacável por Abba e Sua Palavra. Em outras palavras, vivemos uma vida de piedade nos dirigindo a prática de oração diante de Deus, de leitura, estudo e meditação de Sua Palavra e uma comunhão diária com o Senhor, de forma que Ele venha a transformar a nossa maneira de viver.
Uma vida de piedade é vivida em oração em secreto e isso deve guiá-lo diariamente; é uma vida de santidade diante de Abba, com coração entregue. Você entra em seu quarto, diante de Deus em seu altar pessoal e em oração você ganha poder para viver uma vida de santidade e também para levar essa vida às outras pessoas, ao Corpo de Cristo ou ao mundo. E. M. Bounds diz que “uma vida santa não é vivida em secreto, mas ela não subsistirá sem oração em secreto.” (E. M. Bounds. “Purpose in Prayer.”)
A prática da oração ou momentos de conversa com Abba deveria ser prioridade na vida de todo cristão, deveria ser aquilo para o qual ele (o cristão) mais se dedica. Oração é o ponto de partida de qualquer pessoa que queira se relacionar e ter comunhão com Deus; e como Davi, a oração deveria ser as primícias do nosso dia-a-dia dadas ao Senhor: “De manhã, Senhor, ouves a minha voz; de manhã Te apresento a minha oração e fico esperando.” (Sl 5.3)
Outra prática ou busca que faz parte dessa vida de piedade é a leitura, meditação ou estudo da Palavra de Deus. Deveríamos nos colocar diariamente, diante da Presença de Abba e lermos a Sua Palavra, permitindo que Ele fale ao nosso coração. A Bíblia nos mostra o sonho de Deus, a Sua história de amor com Seu povo e a humanidade; a Palavra escrita é o assunto de Deus, é o interesse Dele. Se quisermos ter comunhão com Ele, precisamos ter prazer naquilo que é de Seu interesse.
Haroldo Walker nos lembra que na eternidade não terá outra coisa se não o que interessa a Deus. Como poderemos ir e estar com Ele na eternidade se não gostamos do Seu assunto, do Seu interesse?
A Palavra do Senhor ou o Seu mandamento é ilimitado (Sl 119.96) e para o salmista era aquilo que iluminava os seus pés e os seus caminhos (Sl 119.105). O salmista sabia se colocar diante da Presença de Deus pedindo que o Senhor não lhe permitisse fugir de Seus mandamentos (Sl 119.10); ele sabia que para não pecar contra Deus era preciso guardar as Suas palavras em seu coração (Sl 119.11).
Enfim, a vida de piedade diante de Deus é capaz de mudar toda nossa maneira de viver, todas as nossas práticas e pensamentos. Toda a nossa mente é renovada diante da Presença do Senhor, quando nos colocamos em oração, busca pela Sua Presença e meditação da Sua Palavra.
Não tem como nos colocarmos diante do Senhor e permitirmo-nos ser envolvidos pela Sua Palavra e Sua Vida e continuarmos a viver e a caminhar da mesma maneira. Jesus Cristo é a Palavra de Deus (é o Verbo encarnado – Jo 1.1-2 e 14) e a imagem do Deus invisível (Cl 1.15). Todas as pessoas que tiveram contato direto com Cristo, de forma inevitável, tiveram as suas vidas transformadas e este é o maior milagre do Filho.
Ao vivermos essa vida, iremos querer que os outros vivam de igual forma; e, saiba, poderemos ir até eles, e com a graça de Deus, derramar da Sua vida aos que estão sedentos e em busca de Alguém que eles não conhecem. Em nós, eles conhecerão o amor e a compaixão do Filho.
Quando vivemos uma vida de piedade, diante de Deus, iremos transmiti-la aos outros. Não tem como reter essa vida dentro de nós ou em um mundo só nosso.
A vida de piedade é boa e aceitável diante de Deus, nosso Salvador (1 Tm 2.1-3). A piedade para tudo é proveitosa (1 Tm 4.7-9). A piedade com contentamento é grande fonte de lucro quando temos consciência de que não levaremos nada desse mundo (1 Tm 6.6-7). A piedade é algo a ser seguido (1 Tm 6.11). E por fim, é uma bem-aventurança (2 Tm 3.13 e Mt 5.10).
Coloque-se você também, meu irmão, diante de Deus em oração, leitura da Sua Palavra e permita-O transformar a sua vida. Você não se arrependerá.
Busque essa vida, meu irmão!

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