Não entre no blog nem o leia esperando lições de teologia vindas de um teólogo. Não sou teólogo. Estou mais para um maltrapilho, daqueles amados por Aba (se bem que acho que Deus ama todos os maltrapilhos, de alguma forma), cuja insistência por encontrar Deus nas diversidades da vida não se cansa e não se contunde.



Este blog é um lugar pessoal, um lugar exclusivo; não escrevo para nenhum terceiro. Escrevo para Aba e para mim. Minha contradição, minha loucura, por enquanto, que fiquem comigo; e enquanto Aba tiver prazer neste louco maltrapilho, assim quero permanecer.

quarta-feira, 23 de dezembro de 2009

A Igreja não vive para si mesma

E Ele morreu por todos, para que os que vivem não vivam mais para si mesmos, mas para Aquele que por eles morreu e ressuscitou.
(2 Co 5.15)

A Igreja não é uma organização nem tampouco fruto da religião dos homens. Ela é um organismo vivo, como Corpo de Cristo, e se torna real por meio da morte e ressurreição de Cristo que é capaz de religar (ou restaurar a ligação do Criador com as criaturas) a humanidade a Deus. Essa é uma realidade do Corpo de Cristo.
Mas o ponto em que quero chegar é que a Igreja não vive para si mesma. Cristo morreu crucificado por toda a humanidade para que nós não vivamos mais para nós mesmos, mas para Ele. Foi Ele Quem morreu e ressuscitou para isso; foi Ele Quem nos comprou com um preço extremamente alto: preço de sangue!
Os vinte e quatro anciãos e os quatro seres viventes no livro de Apocalipse entoam um cântico dizendo: “Digno és de tomar o livro e de abrir-lhe os selos, porque foste morto e com o Teu sangue compraste para Deus os que procedem de toda tribo, língua, povo e nação [...]” (Ap 5.9). Isso para vermos que não foi com qualquer coisa que o Senhor nos comprou; foi com o Seu próprio sangue. Dando Sua própria vida, pois o sangue fala de vida (Lv 17.11).
E Cristo nos comprou com Seu sangue para sermos Dele. Por isso não vivemos mais para nós mesmos. Por isso encontramos liberdade da lei do pecado e da morte. Não somos mais escravos de nosso próprio ventre, pois fomos comprados com esse sangue. E agora estamos em Cristo; não vivemos mais para nós mesmos. Por isso o apóstolo Paulo continua:

E, assim, se alguém está em Cristo, é nova criatura; as coisas antigas já passaram; eis que se fizeram novas. (2 Co 5.17)

Mas, irmãos, se nós não acreditarmos nessas coisas nem no sangue do Filho de Deus, com certeza continuaremos em nosso caminho torto, como pessoas tortas que éramos (ou somos). A humanidade é falida e por isso não tinha como pagar o preço pela suas transgressões, pelos seus pecados; e com isso aprouve a Deus pagar o preço. Ele nos queria (e nos quer para Si); por isso o Cordeiro nos comprou para Deus.

Ora, tudo provém de Deus, que nos reconciliou Consigo mesmo por meio de Cristo e nos deu o ministério da reconciliação, a saber, que Deus estava em Cristo reconciliando Consigo o mundo, não imputando aos homens as suas transgressões, e nos confiou a palavra da reconciliação. (2 Co 5.18-19)

O apóstolo Paulo entendeu esse mistério. Fomos comprados e agora não pertencemos mais a nós mesmos. Paulo, em 2 Coríntios, no capítulo 6, escreve a respeito de sua abnegação. Ele desistiu de viver para si mesmo; ele entendeu que foi comprado e agora é escravo de Cristo, por amor, voluntário. Agora ele pertence a Cristo.
O único direito que temos agora é o de não ter direito algum; importa que Cristo apareça; importa que Ele cresça; importa que o Reino de Deus ganhe. Isso é abnegação; é desistir de ter algo nesse mundo para ter algo nos céus; para ser conhecido nos céus.
É como aquele homem que achou um tesouro escondido em um campo e o escondeu. Foi, transbordando de alegria, vendeu tudo o que tinha e comprou aquele campo (Mt 13.44). Ou ainda como um negociador em busca de boas pérolas, e achando uma de grande valor, vendeu tudo o que tinha e a comprou (Mt 13.45-46).
Quando entendemos essa verdade do Reino de Deus, da vida cristã (e acho que não depende de nós entendermos, mas do agir do Espírito Santo) de que fomos comprados e nada nessa terra se compara a isso, de que, sem Deus, não encontraremos nada de importante nesse mundo em que somos peregrinos, então deixaremos de ser tão materialistas, tão apegados as coisas dessa terra e de procurar uma prosperidade (aquela que tem sido pregada) que, contrário do que pensam e pregam, não nos aproxima de Deus.

Assim, meus irmãos, também vós morrestes relativamente à lei, por meio do Corpo de Cristo, para pertencerdes a outro, a saber, Aquele que ressuscitou dentre os mortos, a fim de que frutifiquemos para Deus. (Rm 7.4)

Mas Cristo não só morreu para que fossemos Dele. Se Ele morresse para sermos Dele e não ressuscitasse, não seríamos Dele, entende? Ele precisava estar vivo para nos receber e tomar de volta aquilo que era Seu desde o princípio. Com isso, podemos entender porque Paulo tanto na carta aos coríntios como na carta aos romanos fala da ressurreição.
Cristo morreu para nos comprar. Pagou preço de sangue. E Ele ressuscitou para nos ter. A Igreja não vive para si mesma, mas para Aquele que a comprou e por ela ressuscitou. A Igreja não foi comprada para ser uma instituição, mas para ser um organismo vivo, como Corpo do próprio Cristo e, assim, dar muitos frutos para Deus.

Em verdade, em verdade vos digo que aquele que crê em Mim fará também as obras que Eu faço e outras maiores fará, porque Eu vou para junto do Pai. (Jo 14. 12)

Creiamos nisso, irmão. Isso é uma verdade do Reino e pode ser realidade nos dias de hoje!

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