E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque, no dia em que dela comeres, certamente morrerás. (Gn 2.16-17)
[...] tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. (Gn 3.6b)
Todos nós conhecemos bem a respeito do que aconteceu no jardim do Éden. Todos nós sabemos bem a respeito da tragédia que sobreveio a humanidade com a queda do homem no jardim do Éden: a perda da comunhão com Deus e da vida eterna e a expulsão do jardim. Deixe-me falar um pouco a respeito.
A comunhão de Adão com o Criador era extraordinária. Não era preciso métodos para chamar a atenção de Deus nem invocá-lo. Deus simplesmente aparecia e Se relacionava com Adão. A vontade de Deus em Adão fluía. Não era preciso que Adão ficasse perguntando para Deus o que o Ele desejava, porque o que Adão fazia e a forma como cuidava do jardim era o que Deus desejava. Os nomes que foram dados aos animais é o maior exemplo disso. Deus não ficou avaliando os nomes que Adão dera aos animais nem mudou nome algum. O que Adão falara era o que queria.
Essa comunhão foi interrompida com a desobediência e queda do homem. Creio que isso não “pegou” Deus de surpresa, como se o Senhor já estivesse pronto para isso. Segundo Gordon Lindsay, autor de “Satanás e o reino das trevas”, Deus não revelara de imediato a localização da Árvore da Vida (veja as perspectivas diferentes de Deus e do homem – Gn 2.9b e Gn 3.2-3). Parece que Deus queria ver o homem rejeitar a Árvore do Conhecimento do Bem e do Mal antes de lhe oferecer da Árvore da Vida.
O jardim era perfeito. A comunhão com Deus era extraordinária. Todos os dias eles podiam aprender do Criador e conhecê-lO um pouco mais. Como Adão e Eva puderam trocar tudo isso pelo conhecimento do bem e do mal? Como puderam ser tão tolos? Como puderam se deixar enganar pela serpente? Vejamos o que a narrativa bíblica nos mostra:
Mas a serpente, mais sagaz que todos os animais selváticos que o Senhor Deus tinha feito, disse à mulher: É assim que Deus disse: Não comerei de toda árvore do jardim?
Respondeu-lhe a mulher: Do fruto das árvores do jardim podemos comer, mas do fruto da árvore que está no meio do jardim, disse Deus: Dele não comereis, nem tocareis nele, para que não morrais.
Então a serpente disse à mulher: É certo que não morrereis. Porque Deus sabe que no dia em que dele comerdes se vos abrirão os olhos e, como Deus, sereis conhecedores do bem e do mal.
Vendo a mulher que a árvore era boa para se comer, agradável aos olhos e árvore desejável para dar entendimento, tomou-lhe do fruto e comeu e deu também ao marido, e ele comeu. (Gn 3.2-6)
Como a serpente foi capaz de enganar Eva? Que isca ela usara para enganar o primeiro casal? A isca que a serpente usou foi uma perspectiva de uma existência independente de Deus e uma vida sem a necessidade constante de Deus. Foi a idéia de que o fruto lhes daria o conhecimento do bem e do mal e a chance de uma vida em que eles pudessem decidir e saber as coisas, independente de Deus.
A serpente os enganou. Ela usou a independência como isca para o primeiro casal e foi exatamente isso que eles conseguiram. A única coisa que a serpente não revelara era que para ter uma vida de independência de Deus, eles teriam que viver longe de Deus. O lado assustador da independência foi omitido pela serpente.
A ilusão da serpente apresentou a independência da forma que ela não é. De acordo com ela (a serpente), a proposta era de algo interessante e inteligente. Mas, sendo incapaz de dizer a verdade (Jo 8.44), ela omitiu algo crucial: “a independência sempre exige separação” (Ministério Todos Aos Seus Pés).
A vida de independência não foi uma boa conquista. Depois de um tempo sozinho e tomando decisões por eles mesmos, independente de Deus, veio o primeiro assassinato (Gn 4.8). Não demorou muito para que toda a humanidade, sujeitada ou não a essa vida de independência, viesse a se encontrar corrompida, com exceção de um homem: Noé (Gn 6.5 e 8-9).
A queda do primeiro casal trouxe conseqüências ruins para toda a humanidade. A desobediência trouxe a eles um mundo caído e amaldiçoado com trabalho duro, dores de parto para a mulher, relacionamentos difíceis e no final de tudo, a morte (Gn 3.16-19). A pior conseqüência foi a quebra da comunhão que eles tinham com Deus. Uma comunhão livre de qualquer afazer religioso, qualquer sacrifício. Deus simplesmente aparecia. A vontade de Deus, como dito no início, simplesmente fluía. Agora tudo chegara ao fim.
Deus desejava (e deseja) a comunhão eterna com o ser humano que Ele criou. Mas essa comunhão foi trocada por uma vida sujeita a dor, sofrimento e fim (a morte). Com o passar do tempo a religião veio fazer parte da história da humanidade e ela expressa a tentativa do homem de se esconder de Deus. Mais para frente, falaremos a respeito da religião. Mas, a questão é, definitivamente, não foi um bom negócio.
*Baseado nos escritos do livreto intitulado "Aqui e Agora! - Vivendo a Vida Ungida de Jesus uns com os Outros", do ministério Todos Aos Seus Pés.
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