Não entre no blog nem o leia esperando lições de teologia vindas de um teólogo. Não sou teólogo. Estou mais para um maltrapilho, daqueles amados por Aba (se bem que acho que Deus ama todos os maltrapilhos, de alguma forma), cuja insistência por encontrar Deus nas diversidades da vida não se cansa e não se contunde.



Este blog é um lugar pessoal, um lugar exclusivo; não escrevo para nenhum terceiro. Escrevo para Aba e para mim. Minha contradição, minha loucura, por enquanto, que fiquem comigo; e enquanto Aba tiver prazer neste louco maltrapilho, assim quero permanecer.

sábado, 24 de julho de 2010

Move-me para perto de Ti


Vinde, e tornemos para o Senhor, porque Ele nos despedaçou e nos sarará; fez a ferida e a ligará. Depois de dois dias, nos revigorará; ao terceiro dia, nos levantará, e viveremos diante Dele. (Os 6.1-2)

Podemos descobrir nas Escrituras que João, o discípulo amado, se reclinara no peito de Jesus durante a Ceia. E me apegando a isso percebo que, talvez, não tivesse pessoa mais próxima de Cristo do que ele, o discípulo amado. Seu coração foi movido para perto de Cristo e agora ele estava cativado por Jesus.
Existe um lugar perto de Deus onde Ele nos quer levar. Sinto o Espírito de Deus ansiando por levar pessoas a esse lugar, o qual muitas vezes não é facilmente achado. Muitas vezes o caminho é dolorido, estreito e para passar e chegar lá há alguns arranhões. Mas não é nada que nos afaste de Deus.
Na história do povo de Deus, em um momento o Senhor levantou um profeta para expressar algo que estava no coração de Javé: “Com amor eterno Eu te amei; por isso, com benignidade, te atraí” (Jr 31.3). Saiba que Deus sente está tentando nos atrair para Si mesmo, para perto Dele.
Deus amou a humanidade e a Criação ao ponto de dar de Si mesmo, de dar o Seu único Filho para que aqueles que o recebessem e Nele cressem não perecessem, mas pudessem viver com Ele a vida eterna (Jo 3.16). E Cristo, amando a Igreja, de igual forma a amou até o fim. Ele amou os Seus até o fim.
Cristo morreu e ressuscitou para que nós pudéssemos estar perto de Deus mais uma vez, como o era no jardim. O homem vivia em comunhão, livremente, no jardim. Todos os dias eram dias de relacionamento com Deus. Não tinha nada que impedisse. Não tinha nada que afastasse o homem de Deus.
Quando o pecado apareceu e detonou com toda essa liberdade e santidade, Deus não deixou barato e proveu a solução. Desde a eternidade Deus proveu a solução. Ele deu o Seu Filho, que fez o que era necessário para a restauração. Você ainda duvida que Deus sempre tem tentado estar perto do homem e o ter perto de Si?
Ele fez isso com o Seu povo durante toda história. Tratou o Seu povo como filhos e Ele, sendo Pai, corrigia-os por amor. “É para disciplina que perseverais (Deus vos trata como filhos); pois que filho há que o pai não corrige?” (Hb 12.7) e ainda “[...] porque o Senhor corrige a quem ama e açoita a todo filho a quem recebe.” (Hb 12.6).
Deus trata o Seu povo como filhos, Ele nos trata como filhos. Muitas vezes precisa da dor para entender o que Ele quer. Muitas vezes precisa da dor para que nós caminhemos em direção a Ele. Deus nos move para perto de Si, muitas vezes através das perdas, da dor, do sofrimento. Por que tantas vezes as coisas são tão difíceis? Parece que não seremos felizes aqui? Nesses momentos sinto como se Deus não quisesse arriscar nos dar benção e felicidade aqui nessa terra para que nós não trocássemos uma eternidade com Ele por causa daqui.
Deus sempre tentou estar o mais perto do ser humano que Ele criara. Podemos ver na história de Deus com a humanidade. Depois do pecado Deus se tornará distante. Sua santidade pode consumir o pecador e por isso Deus não podia estar mais perto do homem, como no jardim. Homens se referiam a Deus como Deus Altíssimo, distante da humanidade.
Depois, o Deus Altíssimo passou a andar e viver entre os homens em Cristo Jesus. Deus queria estar perto da humanidade e Cristo nos mostra Deus entre os homens. Mas a busca de Deus por estar perto dos seus filhos não parou por aí. Cristo morreu e ao terceiro dia ressuscitou. Era preciso que Cristo viesse para abrir o caminho até Deus para o homem e resolver o problema do pecado para que Deus pudesse estar perto do homem, livremente, novamente. Cristo ascendeu aos céus e enviou o Espírito Santo, o Consolador.
A partir desse momento, Deus não estava mais andando entre os homens, em Cristo Jesus, mas morando dentro do homem. Agora o coração do homem passara a ser Sua morada, como se fosse Seu lugar predileto.
Não sei se você consegue perceber, mas a história do povo de Deus mostra um Deus cheio de compaixão, com anseio furioso por estar perto da humanidade. O Senhor fez de tudo para que o homem pudesse voltar a encontrar lugar Nele e fez de tudo para que Ele pudesse se aproximar do ser humano.
Quando me referi a dor e as perdas, pensei no Deus que tenta nos mover, sempre, para perto de Si. Às vezes precisamos perder coisas, perder aquilo que pode nos afastar de Sua Presença, aquilo que pode nos levar ao pecado, para sermos levados ou movidos até Ele.
O pecado não é o problema, pois Cristo já resolveu isso. O problema é o quão longe o pecado nos faz ir de Deus, pois o voltar para perto nem sempre é fácil. Temos o perdão do pecado que cometemos, confessamos e nos arrependemos, mas o caminho de volta a Sua Presença, por mais que esteja aberto, nem sempre é fácil de caminharmos nele.
Conheço a história de um casal de jovens, que namoravam. O desejo pelo pecado encontrou lugar no relacionamento deles, que aparentemente era o mais correto de todos. Quando os desejos começaram a aflorar e a coisa começou a ficar fora do controle, eles pararam por ali. Acharam melhor a separação deles e conseqüentemente do pecado, do que de Deus.
Que passo de fé esse casal tomou quando preferiu estar longe um do outro e perder o que para eles trazia alegria, para estar perto de Deus e voltar a uma vida com Ele. É como eu disse, às vezes Deus nos deixa perder coisas, pois Ele quer nos ter por perto; e com esse exemplo, percebi que Deus sempre está cuidando de nós, insistindo conosco e nos movendo para perto Dele!

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