Não entre no blog nem o leia esperando lições de teologia vindas de um teólogo. Não sou teólogo. Estou mais para um maltrapilho, daqueles amados por Aba (se bem que acho que Deus ama todos os maltrapilhos, de alguma forma), cuja insistência por encontrar Deus nas diversidades da vida não se cansa e não se contunde.



Este blog é um lugar pessoal, um lugar exclusivo; não escrevo para nenhum terceiro. Escrevo para Aba e para mim. Minha contradição, minha loucura, por enquanto, que fiquem comigo; e enquanto Aba tiver prazer neste louco maltrapilho, assim quero permanecer.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Remir o tempo

Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio. (Sl 90.12)

Quero compartilhar algo que venho aprendendo do Senhor desde o dia 21 de fevereiro de 2010. Foi um dos dias mais difíceis de minha vida pessoal e com Deus, mas em meio a tudo isso eu pude perceber o Senhor, como Quem estava virando o amplificador, querendo falar comigo e me ensinar algumas coisas.
E remir o tempo é uma das coisas que venho aprendendo desde então. Quando nós nos deparamos com um relacionamento com Deus fragilizado, machucado, e com uma pessoa (a desse relacionamento) querendo que isso mude e que esse relacionamento se restaure, não podemos esquecer que para isso é necessário remir o tempo.
Uma das grandes armas de Satanás para anular os cristãos são as preocupações e obrigações do dia-a-dia. São coisas que tomam tanto do nosso tempo que nos esquecemos de Deus, de dar tempo para Ele, dar espaço para Ele e acabamos nos afastando do Senhor. Por isso é uma grande arma de Satanás encher os cristãos de preocupações e ocupações.
O cristão, afastado de Deus, se torna presa fácil para os sofismas e enganos de Satanás. Facilmente esse cristão aceitará o pensamento de que é possível viver sem ficar “dando satisfações” para Deus e isso é um perigo. A religião soa parecido quando se trata de vivermos de forma independente de Deus e ao mesmo tempo tentar conter Sua ira com atos litúrgicos e religiosos, o que lhe garanto, não funciona.
Sansão era nazireu, separado para Deus desde o nascimento. O nazireu não podia beber vinho e nenhuma bebida forte, não podia comer nada que provesse da vinha; enquanto não se cumprir o dia do seu nazireado, ele não poderá rapar a cabeça; e ele não podia tocar em morto ou nada semelhante. Tinha que ficar longe do que era impuro.
Este nazireu, Sansão, com o tempo, fez tudo o que o nazireado não permitia, tudo o que lhe era proibido ele o fez. Matou (tocou um morto), bebeu vinho e por fim rapou o cabelo. A questão é que se você ler a história de Sansão, temos a nítida impressão de que ele foi fazendo essas coisas e conforme via que nada lhe acontecia, ele foi, aos poucos, enganando-se em meio a essas coisas.
Muitas vezes é isso que Satanás faz com o cristão até anular a sua fé e assim, o anular. Ele te faz uma proposta e você aceita. Você faz e quando vê que (aparentemente) nada de ruim acontece, você se dá a liberdade de fazer novamente. Assim vai, até que uma hora você acha totalmente embrulhado no pecado, rodeado pelos seus próprios desejos e aí, a volta é difícil. O salmista disse: um abismo chama outro abismo (Sl 42.7a).
Enfim, sinto muito forte Deus querendo me ensinar, em Sua pessoalidade, a remir o tempo. Tanto resgatar o tempo, quanto saber usá-lo. “Ensina-nos a contar os nossos dias, para que alcancemos coração sábio” (Moisés). A sabedoria está nisso, em contar os nossos dias, em remir o nosso tempo.
O que vale para Deus é isso. Como você usa o seu tempo? Com quem você tem passado? O que você tem feito? O que você tem comigo? Aprendi com um homem de Deus, Jerônimo Oliveira sobre a importância da alimentação. A primeira decisão que o homem tinha que tomar era o que ele iria comer, disse Jerônimo.
Se você se alimenta mal, se você usa mal o seu tempo, como poderá sobreviver em meio às lutas do dia-a-dia? Se você não tem alimento, como poderá alimentar aqueles que estão famintos de Deus e Sua vida?
Uma vez conversei com uma pessoa e ela me disse que precisava voltar para Deus, precisava olhar para Ele, pois se sentia longe. Algo parecido com a história de Sansão. Há alguns momentos em que estamos baixo, como ondas, e nos sentimos distantes de Deus – parece um deserto. Nesses momentos, não adianta querer estar alto. Esses momentos são totalmente necessários para nossa caminhada cristã e crescimento e maturidade. “A luz para acender precisa do positivo e do negativo. Assim, também, o cristão, como luz precisa do positivo e do negativo” (Pr. Eduardo Ávila).
Mas essa pessoa, pude perceber (pois a conhecia muito bem) não estava em um momento daqueles em que estamos baixo, pois a pessoa estava constantemente no baixo. Quando me coloquei a olhar para o Senhor a respeito disso, tive convicção de que o que ela realmente precisava era aprender a remir seu tempo e dedicar tempo para Deus.
Sua vida estava ruim, baixa, parecia um deserto sem fim, pois não sabia usar tempo. Sempre estava ocupada com coisas que lhe agradavam. A preguiça, o cansaço ou o desânimo tomavam parte no coração dela quando ela tentava ir para Deus em oração, leitura da Palavra. Por isso é preciso uma tomada de posição: “Deus, me ajude a remir (resgatar) o meu tempo com o Senhor!”A partir dessa pessoa Deus começou a me ensinar essa lição. Remissão de tempo. Contagem de dias. “Deus, nos ajude a olhar para o Senhor durante os nossos dias, a nos voltar para o Senhor em entrega e devoção, com o coração que busca, sempre, a voz do Bom Pastor. Apenas assim poderemos alcançar coração sábio diante do Senhor, apenas assim teremos o alimento necessário para a viagem, para o ministério, para a vida cristã, para sermos Corpo de Cristo na terra, para alimentarmos os que precisam de Jesus. O nosso tempo é precioso e precisamos saber usá-lo. Ensina-nos a remir o tempo, Senhor! Amém.”

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