Não entre no blog nem o leia esperando lições de teologia vindas de um teólogo. Não sou teólogo. Estou mais para um maltrapilho, daqueles amados por Aba (se bem que acho que Deus ama todos os maltrapilhos, de alguma forma), cuja insistência por encontrar Deus nas diversidades da vida não se cansa e não se contunde.



Este blog é um lugar pessoal, um lugar exclusivo; não escrevo para nenhum terceiro. Escrevo para Aba e para mim. Minha contradição, minha loucura, por enquanto, que fiquem comigo; e enquanto Aba tiver prazer neste louco maltrapilho, assim quero permanecer.

terça-feira, 17 de novembro de 2009

A Igreja é Igreja mediante revelação de Cristo

Jesus estava caminhando com Seus discípulos. Havia rumores no meio do povo. As pessoas se perguntavam sobre quem seria aquele homem que havia perdoado pecados do paralítico e a esse curado (Mt 9.2 e 6), curado uma mulher que há doze anos padecia de uma hemorragia (Mt 9.20-22), ressuscitado a filha de um homem (Mt 9.23-25), curado muitos enfermos (Mt 15.30) e feitos muitos outros milagres.

[...] Quem diz o povo ser o Filho do Homem? E eles responderam: Uns dizem: João Batista; outros: Elias; e outros: Jeremias ou algum dos profetas.
Mas vós, continuou Ele, quem dizeis que Eu Sou? Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo.
(Mt 16.13-16)

Enquanto o povo especulava sobre quem seria o Filho do Homem, o Senhor interrogava aos Seus discípulos sobre quem eles afirmavam ser Ele. Talvez, no meio dos discípulos, essa fosse a pergunta que não queria calar: Temos visto esse homem fazer tantas coisas, fazer milagres, falar com autoridade, alimentar multidões, dar ordens ao mar e ao vento, e nós temos seguido Ele, mas Quem é esse homem?
Jesus inquiriu isso de Seus discípulos. As pessoas argumentavam, supunham, diziam que Jesus era algum dos profetas que havia voltado para anunciar o reavivamento de Israel, ou até mesmo João Batista que havia ressuscitado de entre os mortos. Poucos acreditavam que Ele fosse o Messias.

Respondendo Simão Pedro, disse: Tu és o Cristo, o Filho do Deus vivo. (Mt 16.16)

Pedro respondeu. Ele teve coragem. Ele teve revelação. Mas não foi algo que veio dele mesmo. O Pai havia revelado a Pedro algo tão alto, tão verdadeiro, tão difícil de acreditar. Imagem caminhar ao lado do Criador, dormir na areia da praia com o Messias, comer com o Filho do Deus vivo. Como pode?

Então, Jesus lhe afirmou: Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas Meu Pai, que está nos céus. (Mt 16.17)

Era uma revelação que não poderia vir de carne e sangue, não poderia vir de homens, pessoas dessa terra, cuja mente e visão são tão pequenas e limitadas. Teria que ser alguém diferente para perceber alguém mais diferente ainda, alguém tão especial, um homem fora do comum. Esse era Jesus – um homem especial, o maior de todos.
Deus revelou, e talvez, por aquele instante Pedro tenha entendido. “Tu és o Cristo...” O termo grego para Cristo é christos, que no hebraico é a palavra mashiach, de onde se origina Messias. Tanto Cristo quanto Messias significam “o ungido”.
Ser ungido, na cultura do Oriente Médio, implicava que a pessoa era especial. Geralmente se era ungido por algum reconhecimento especial, uma recompensa por uma vitória na guerra ou quando um líder era levantado – geralmente, o rei. Os judeus esperavam (com exceção dos judeus messiânicos, os demais ainda esperam) por um rei, ungido, que seria o maior de todos e que traria a glória de Israel de volta. Então, Pedro, ao chamar Jesus de Messias: Tu és Rei, Ungido! Tu és Aquele que todos esperavam!
Pedro também disse: “... o Filho do Deus vivo”. Essa com certeza seria uma grande loucura para os judeus. Os judeus não chamavam nem pensavam em se referir a Deus como Pai, isso poderia ser considerado blasfêmia, o que levaria a pessoa a ser morta.
Na cultura do Oriente Média, ser filho implicava que a pessoa seria dotada de características e qualidades comuns do pai. Também, o filho teria os mesmos privilégios e o mesmo poder do pai – ele seria herdeiro. Agora, dizer que alguém é filho de Deus, não poderia deixar de ser loucura. Quem teria as mesmas qualidades, as mesmas características, privilégios e poder que Deus?
Esse era um mistério e uma grande revelação vinda do alto a Pedro. Aquele homem que eles estavam seguindo, de fato, era Filho de Deus, o Rei que eles esperavam há tanto tempo. “Tu és o Rei Ungido, o Filho de Deus!”

[...] Bem-aventurado és, Simão Barjonas, porque não foi carne e sangue que to revelaram, mas Meu Pai, que está nos céus. Também eu te digo que tu és Pedro, e sobre essa pedra edificarei a Minha Igreja, e as portas do inferno não prevalecerão contra ela.
(Mt 16.17-18)

A pedra em que a Igreja está edificada é a Pessoa de Cristo, é essa revelação e entendimento da Pessoa de Jesus. E nós precisamos dessa revelação. Nós, para sermos Igreja, precisamos descobrir e entender, quem é Jesus!
Não foi carne nem sangue que revelaram isso a Pedro, e tampouco entenderemos isso apenas por alguém ter-nos dito ou escrito isso. Precisamos de um agir do próprio Espírito de Deus em nosso íntimo, abrindo o nosso coração, os olhos de nosso coração para enxergarmos a “imagem do Deus invisível, o Primogênito de toda a Criação; pois, Nele, foram criadas todas as coisas, nos céus e sobre a terra, as visíveis e as invisíveis, sejam tronos, sejam soberanias, quer principados, quer potestades. Tudo foi criado por meio Dele e para Ele (Cl 1.15-16), inclusive a Igreja.

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