Não entre no blog nem o leia esperando lições de teologia vindas de um teólogo. Não sou teólogo. Estou mais para um maltrapilho, daqueles amados por Aba (se bem que acho que Deus ama todos os maltrapilhos, de alguma forma), cuja insistência por encontrar Deus nas diversidades da vida não se cansa e não se contunde.



Este blog é um lugar pessoal, um lugar exclusivo; não escrevo para nenhum terceiro. Escrevo para Aba e para mim. Minha contradição, minha loucura, por enquanto, que fiquem comigo; e enquanto Aba tiver prazer neste louco maltrapilho, assim quero permanecer.

segunda-feira, 2 de novembro de 2009

A Igreja nasceu mediante promessa

Como disse, há muitas coisas que entenderemos conforme pensarmos sobre as considerações seguintes; essas são apenas algumas considerações. Saiba que a Igreja de Cristo vai mais além e por isso não deve ser limitada a nada do que estiver sendo considerado aqui. Há mais.
A Ecclesia é fruto de uma promessa de uma aliança. A aliança abraâmica guarda em si uma promessa de Deus, e levo em consideração dois pontos referentes a essa promessa. 1. Deus promete a Abraão uma descendência; 2. Deus promete a Abraão uma terra.
Então, com isso chego a conclusão e consideração de que a Igreja, a Ecclesia nasceu mediante promessa e também é como um povo que vê a promessa se cumprir. Ela nasceu mediante a promessa de uma descendência e ela é como um povo que vê a promessa de uma terra prometida se cumprir.

Então, conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade. (Gn 15.5)

Jeová fala a Abraão dizendo-lhe para sair de sua terra, do meio de seus parentes, em direção a uma terra que o Senhor lhe mostrou anos depois. Não sabemos como era a vida de Abraão antes do Senhor falar a ele e não sabemos se houve uma experiência de Abraão com o Senhor, antes disso. Apenas que o Senhor disse a Abraão (Abrão, até então).
Deus já lhe aponta uma grande nação. “Farei de ti uma grande nação” – disse o Senhor – e, em ti serão benditas todas as famílias da terra. Sem dúvida alguma, o Senhor estava sonhando com Israel, a Igreja e Seu Filho.
Creio e entendo que o Senhor, quando diz para Abraão em Gn 13.16 para contar o pó da terra, está, na verdade, se referindo ao povo de Israel. Essa seria a nação que viria da descendência de Abraão e Sara. “Abraão, conte o pó da terra, se for capaz. Saiba que assim será a sua descendência.” – como se dissesse o Senhor a Abraão.
Agora, quando, em Gn 15.5 Deus diz para Abraão contar as estrelas do céu, creio que o Senhor estava se referindo a nós, cristãos, Igreja e Corpo de Cristo, aqueles que viriam a fazer parte da família de Deus por intermédio de Cristo e do espírito de adoção (Rm 8.15).
A Igreja é fruto dessa promessa. Nós somos essa descendência, as estrelas do céu, povo de Deus, os circuncisos de coração, os filhos da adoção. Creio que a Igreja nasceu mediante promessa. Ela não foi apenas sonhada por Deus, no princípio, mas Deus deu uma promessa a um homem, e fez uma aliança com esse homem e nós somos frutos disso.
A Bíblia nos apresenta a história de Deus com a humanidade, com o Seu povo, sempre na base de alianças. Deus sempre Se relacionou com homens na base de aliança. A Criação foi realizada na base de aliança (Jr 33.20-21 e 25-26). Elohim – o homem é fruto do relacionamento de Elohim, da Trindade. “Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança...” (Gn 1.26)
Deus prometeu a Abraão uma terra (Gn 12.1). Abraão passou por essa terra sem tomar posse dela. Apenas a sua descendência, após ser escravizada e liberta da escravidão que o Egito os impunha, é que entrou na terra (Gn 13.14-15 e 17).
Quando penso no povo de Israel, caminhando no deserto, me lembro da Igreja, apesar das faltas que o povo cometeu. Muitas falhas, reclamações e o pior, a descrença ao vislumbrar a promessa de Deus, de perto. Os espias foram até a terra que Deus prometera a Abraão e 10, dos 12, voltaram descrentes, medrosos e transmitiram isso ao povo todo. Apesar disso, vejo a Igreja quando o povo entra finalmente na terra que Deus prometera. Vejamos o que o autor da epístola aos Hebreus fala acerca do patriarca:

Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia.
Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros da mesma promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador.
(Hb 11.8-10)

Abraão peregrinou na terra que Deus lhe prometera, mas em seu coração ele aguardava uma cidade edifica pelo próprio Deus. “A cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus...” (Ap 21.2). Nós como Igreja, passaremos pela Festa das Cabanas profética, passaremos por Tabernáculos, quando finalmente nos encontraremos com o Noivo, o Autor e Consumador de nossa fé. O autor de Hebreus continua falando a respeito de Abraão e sua descendência:

Pela fé, também, a própria Sara recebeu poder para ser mãe, não obstante o avançado de sua idade, pois teve por fiel aquele que lhe havia feito a promessa. Por isso, também de um, aliás já amortecido, saiu uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu e inumerável como a areia que está na praia do mar. Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. (Hb 11.11-14)

E a Palavra Se completa:

Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, Senhor Jesus Cristo, O Qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da Sua Glória, segundo a eficácia do poder que Ele tem de até subordinar a Si todas as coisas. (Fp 3.20-21)

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