
A Ecclesia é fruto de uma promessa de uma aliança. A aliança abraâmica guarda em si uma promessa de Deus, e levo em consideração dois pontos referentes a essa promessa. 1. Deus promete a Abraão uma descendência; 2. Deus promete a Abraão uma terra.
Então, com isso chego a conclusão e consideração de que a Igreja, a Ecclesia nasceu mediante promessa e também é como um povo que vê a promessa se cumprir. Ela nasceu mediante a promessa de uma descendência e ela é como um povo que vê a promessa de uma terra prometida se cumprir.
Então, conduziu-o até fora e disse: Olha para os céus e conta as estrelas, se é que podes. E lhe disse: Será assim a tua posteridade. (Gn 15.5)
Jeová fala a Abraão dizendo-lhe para sair de sua terra, do meio de seus parentes, em direção a uma terra que o Senhor lhe mostrou anos depois. Não sabemos como era a vida de Abraão antes do Senhor falar a ele e não sabemos se houve uma experiência de Abraão com o Senhor, antes disso. Apenas que o Senhor disse a Abraão (Abrão, até então).
Deus já lhe aponta uma grande nação. “Farei de ti uma grande nação” – disse o Senhor – e, em ti serão benditas todas as famílias da terra. Sem dúvida alguma, o Senhor estava sonhando com Israel, a Igreja e Seu Filho.
Creio e entendo que o Senhor, quando diz para Abraão em Gn 13.16 para contar o pó da terra, está, na verdade, se referindo ao povo de Israel. Essa seria a nação que viria da descendência de Abraão e Sara. “Abraão, conte o pó da terra, se for capaz. Saiba que assim será a sua descendência.” – como se dissesse o Senhor a Abraão.
Agora, quando, em Gn 15.5 Deus diz para Abraão contar as estrelas do céu, creio que o Senhor estava se referindo a nós, cristãos, Igreja e Corpo de Cristo, aqueles que viriam a fazer parte da família de Deus por intermédio de Cristo e do espírito de adoção (Rm 8.15).
A Igreja é fruto dessa promessa. Nós somos essa descendência, as estrelas do céu, povo de Deus, os circuncisos de coração, os filhos da adoção. Creio que a Igreja nasceu mediante promessa. Ela não foi apenas sonhada por Deus, no princípio, mas Deus deu uma promessa a um homem, e fez uma aliança com esse homem e nós somos frutos disso.
A Bíblia nos apresenta a história de Deus com a humanidade, com o Seu povo, sempre na base de alianças. Deus sempre Se relacionou com homens na base de aliança. A Criação foi realizada na base de aliança (Jr 33.20-21 e 25-26). Elohim – o homem é fruto do relacionamento de Elohim, da Trindade. “Façamos o homem à Nossa imagem, conforme a Nossa semelhança...” (Gn 1.26)
Deus prometeu a Abraão uma terra (Gn 12.1). Abraão passou por essa terra sem tomar posse dela. Apenas a sua descendência, após ser escravizada e liberta da escravidão que o Egito os impunha, é que entrou na terra (Gn 13.14-15 e 17).
Quando penso no povo de Israel, caminhando no deserto, me lembro da Igreja, apesar das faltas que o povo cometeu. Muitas falhas, reclamações e o pior, a descrença ao vislumbrar a promessa de Deus, de perto. Os espias foram até a terra que Deus prometera a Abraão e 10, dos 12, voltaram descrentes, medrosos e transmitiram isso ao povo todo. Apesar disso, vejo a Igreja quando o povo entra finalmente na terra que Deus prometera. Vejamos o que o autor da epístola aos Hebreus fala acerca do patriarca:
Pela fé, Abraão, quando chamado, obedeceu, a fim de ir para um lugar que devia receber por herança; e partiu sem saber aonde ia.
Pela fé, peregrinou na terra da promessa como em terra alheia, habitando em tendas com Isaque e Jacó, herdeiros da mesma promessa; porque aguardava a cidade que tem fundamentos, da qual Deus é o arquiteto e edificador.
(Hb 11.8-10)
Abraão peregrinou na terra que Deus lhe prometera, mas em seu coração ele aguardava uma cidade edifica pelo próprio Deus. “A cidade santa, a nova Jerusalém, que descia do céu, da parte de Deus...” (Ap 21.2). Nós como Igreja, passaremos pela Festa das Cabanas profética, passaremos por Tabernáculos, quando finalmente nos encontraremos com o Noivo, o Autor e Consumador de nossa fé. O autor de Hebreus continua falando a respeito de Abraão e sua descendência:
Pela fé, também, a própria Sara recebeu poder para ser mãe, não obstante o avançado de sua idade, pois teve por fiel aquele que lhe havia feito a promessa. Por isso, também de um, aliás já amortecido, saiu uma posteridade tão numerosa como as estrelas do céu e inumerável como a areia que está na praia do mar. Todos estes morreram na fé, sem ter obtido as promessas; vendo-as, porém, de longe, e saudando-as, e confessando que eram estrangeiros e peregrinos sobre a terra. Porque os que falam desse modo manifestam estar procurando uma pátria. (Hb 11.11-14)
E a Palavra Se completa:
Pois a nossa pátria está nos céus, de onde também aguardamos o Salvador, Senhor Jesus Cristo, O Qual transformará o nosso corpo de humilhação, para ser igual ao corpo da Sua Glória, segundo a eficácia do poder que Ele tem de até subordinar a Si todas as coisas. (Fp 3.20-21)
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