Não entre no blog nem o leia esperando lições de teologia vindas de um teólogo. Não sou teólogo. Estou mais para um maltrapilho, daqueles amados por Aba (se bem que acho que Deus ama todos os maltrapilhos, de alguma forma), cuja insistência por encontrar Deus nas diversidades da vida não se cansa e não se contunde.



Este blog é um lugar pessoal, um lugar exclusivo; não escrevo para nenhum terceiro. Escrevo para Aba e para mim. Minha contradição, minha loucura, por enquanto, que fiquem comigo; e enquanto Aba tiver prazer neste louco maltrapilho, assim quero permanecer.

sexta-feira, 27 de novembro de 2009

A vida de Deus e a Bíblia

Levando em consideração que a revelação natural, que é o meio pelo qual Deus manifesta a Sua glória e alguns de Seus atributos nas coisas que foram criadas, não é suficiente para convencer o ser humano de sua necessidade de Deus e Seu perdão, me coloco a meditar e considerar algumas coisas, simples, acerca da Palavra de Deus, uma revelação especial.
A Bíblia é a Palavra de Deus escrita, e quando nos colocamos diante da Palavra escrita, estamos, assim como Elben Lenz considera em seu livro Praticas Devocionais, buscando o Senhor e precisamos fazer isso até encontrá-lO nas Sagradas Escrituras. Creio que é somente nessa busca, nesse agir do Espírito Santo, é que podemos experimentar da vida contida nos versículos e na história do povo narrada na Bíblia.
Uma vez dei um conselho, e repito: creio que não podemos ler a Bíblia sozinhos, e isso jamais. Temos que, sempre, convidar o Espírito Santo para ler conosco. Como disse acima, é por intermédio de um agir Dele em nosso interior que todas as palavras podem ser diferentes. Não tem como ser maçante, não tem como ser chato, quando vida jorra até nós, e essa vida só jorra até nós por intermédio do Espírito.

E é por intermédio de Cristo que temos tal confiança em Deus; não que, por nós mesmos, sejamos capazes de pensar alguma coisa, como se partisse de nós; pelo contrário, a nossa suficiência vem de Deus, o Qual nos habilitou para sermos ministros de uma nova aliança, não da letra, mas do espírito; porque a letra mata, mas o espírito vivifica. (2 Co 3.4-6)

Preste atenção nesses versículos. A nossa confiança em Deus é por intermédio do Filho, não parte de nós. Nossa suficiência vem de Deus; é no agir de Seu Espírito em nós e nas Escrituras, que o nosso espírito será vivificado. A Palavra é algo muito espiritual. Não é mística, é espiritual, por causa dessa vida de Deus em nosso espírito, fluindo, brotando. Algo mais original no homem do que o próprio pecado.
Por essa vida do Espírito brotando em mim, quando leio as Escrituras e descubro e conheço Deus, que posso afirmar o quão apaixonante é ler a Bíblia. Escrever a seu respeito, lê-la, meditá-la, estudá-la.
Quero apresentar algumas poucas considerações a respeito das Sagradas Escrituras. Há muitas outras considerações e muito mais a ser dito a respeito da Palavra de Deus, mas quero apresentar apenas algumas considerações.
A Bíblia, como Palavra de Deus, nos serve de alimento. Quando Deus nos fala através de Sua Palavra, quando O encontramos nas Escrituras, então sem dúvida poderemos experimentar desse alimento espiritual. A experiência de Moisés e do povo de Israel (de Moisés com o povo e) com Deus, no deserto ensinou para ele essa lição:

Ele te humilhou, e te deixou ter fome, e te sustentou com o maná, que tu não conhecias, nem teus pais o conheciam, para te dar a entender que não só de pão viverá o homem, mas de tudo o que procede da boca do Senhor viverá o homem. (Dt 8.3)

Creio que como o maná era para o povo de Israel no deserto, a Bíblia (como Palavra de Deus e quando Deus fala aos homens através dela) é para os cristãos hoje. É um alimento que o próprio Deus conserva e conservou consoante a Sua vontade. É um alimento que precisamos diariamente, em qualquer lugar que estivermos e em qualquer coisa que nós fizermos, especialmente no deserto.
Não só de pão ou alimento natural viveremos, mas daquilo que o Senhor nos falar na Sua Palavra, através das pessoas ou de qualquer outra maneira. O povo precisou ser humilhado e ter fome para entender que eram importantes as coisas que o Senhor estava dando para eles no deserto: a lei do Senhor, que é perfeito e capaz de restaurar a alma do homem (Sl 19.7).
Digo também que a Palavra do Senhor nos serve de apoio para as situações adversas. Assim como os discípulos, quando não pescaram nada no lago de Genesaré (Gn 5.1), mesmo depois de estarem lá durante toda a noite (Gn 5.5), mediante a palavra do Senhor, relançaram as redes ao mar de forma que essas se rompiam de tantos peixes (Gn 5.5-6).
A pesca não foi boa. Na verdade não houve pesca nenhuma. Os discípulos não pegaram nada. Mas, ao ouvir o Senhor dizer “Faze-te ao lago, e lançai as vossas redes para pescar”, obedeceram a diante de uma situação adversa, de aparente fracasso, obtiveram sucesso.
Talvez o nosso Senhor quisesse ensinar aos Seus discípulos aquilo que aprendeu: que não só de pão viverá o homem, mas de toda Palavra que procede de Deus. Logo depois dessa pesca maravilhosa, os discípulos deixaram tudo e seguiram Jesus. Tinha algo mais que o Senhor lhes ensinaria que precisariam de Sua Pessoa, também, pois como Jesus disse: “sem Mim, nada podeis fazer” (Jo 15.5).
Tenho entendido algo a respeito dessas coisas. É sempre muito bonito dizermos que a Bíblia é suficiente para o homem, como eu mesmo já disse uma vez. Na verdade, não é. Quando Deus fala através da Bíblia, nos dá do maná, ela é alimento para o homem, porém não é suficiente.
Precisamos da Palavra, e a temos; precisamos do Espírito, e podemos tê-lO; mas precisamos do sangue. O sangue vem falar do Corpo de Cristo, das pessoas. Como Ed René Kivitz disse uma vez, as Escrituras podem nos trazer conhecimento, mas não crescimento. Por si só, ela não traz vida, como já foi dito. Precisamos do Espírito e das pessoas. Nós só podemos ter crescimento em Deus através de relacionamentos.
“Você quer morrer espiritualmente? Então viva solitário!” (Warley Barros). Para vivermos no Espírito, não podemos ficar sozinhos. É necessário relacionamentos – quando em amor, em doação, em Deus, se torna a expressão de Sua glória. É necessário pessoas, pois o Corpo de Cristo é formado de pessoas.
Por isso insisto que existe algo nas pessoas, que não pode ser desprezado.

Ninguém jamais viu a Deus; se amarmos uns aos outros, Deus permanece em nós, e o Seu amor é, em nós, aperfeiçoado.
(1 Jo 4.12)

Habite, ricamente, em vós a palavra de Cristo; instruí-vos e aconselhai-vos mutuamente em toda a sabedoria, louvando a Deus, com salmos, e hinos, e cânticos espirituais, com gratidão, em vosso coração. E tudo o que fizerdes, seja em palavra, seja em ação, fazei-o em nome do Senhor Jesus, dando por Ele graças a Deus Pai.
(Cl 3.16-17)

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